quinta-feira, 9 de junho de 2011

Amazônia, uma floresta em extinção

A maior floresta tropical do planeta está ameaçada de extinção. O índice de desmatamento na Amazônia atingiu 26.130 km2 entre 2003 e 2004, a segunda maior taxa desde 1995, quando foi registrado o triste recorde de 29.059 km2 desmatados. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) no final de maio, e foram obtidos a partir de análises feitas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

Para se ter uma idéia da gravidade do assunto, basta fazer simples comparações: o número equivale a mais de 8,6 mil campos de futebol desmatados em um único dia – uma área um pouco menor que a do Estado de Alagoas. Levantamentos mostram que existem cerca de 2,5 mil espécies de árvores, e dentre estas, mais de 500 mil são derrubadas por ano, principalmente as madeiras nobres, como o mogno e o pau-brasil. Com isso, 17,3% da cobertura florestal da Amazônia brasileira já foi destruída.

Esse problema não preocupa só o Brasil, mas todo o planeta. A Amazônia é uma das regiões mais biodiversas do planeta, com uma quantidade impressionante de espécies animais e vegetais, e sua devastação traz conseqüências graves para todo o mundo. A destruição de florestas tem impacto direto sobre pesquisas genéticas e medicinais (muitas plantas que possuem elementos terapêuticos estão na floresta Amazônica, sendo que um grande número ainda não é sequer conhecido), sobre a emissão de gás carbônico (o Brasil é responsável por 2,51% das emissões de gás carbônico, sem incluir o percentual de queimadas – só as queimadas geram 370 milhões de toneladas de carbono a cada ano) e sobre as mudanças climáticas.

Se o ritmo atual de desmatamento for mantido, parte do potencial florestal brasileiro corre o risco de desaparecer antes mesmo de se tornar conhecido, e o Brasil pode nunca se beneficiar do potencial da Amazônia – que está desaparecendo num ritmo contínuo e acelerado. O risco de extinção é claro e pode comprometer o desenvolvimento científico e a saúde de todo o planeta.

Tentando preservar
O Governo Brasileiro vêm tomando uma série de ações para tentar preservar a Amazônia desde 2003, visando direcionar o desenvolvimento da região para um modelo mais sustentável e menos agressivo. Apesar dos esforços, o governo não tem conseguido conter o desmatamento na região.

Para tentar barrar a devastação da Amazônia, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) aumentou em 68% as grandes operações de fiscalização e em 54% o total de infrações cadastradas pelo Ibama em 2003. Em 2004, começaram as operações integradas entre Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Ministério do Trabalho e Exército. Hoje a floresta conta também com o programa de vigilância Deter, que utiliza imagens do satélite Modis para fazer varreduras mais freqüentes na Amazônia, permitindo que a fiscalização e o combate ao desflorestamento aconteçam antes que grandes áreas de floresta sejam derrubadas.

Outra ação do governo foi criar no começo deste ano um mosaico de áreas de proteção ambiental na região amazônica. Com isso, a Amazônia ganhará cinco novas unidades de conservação, somando mais de cinco milhões de hectares, área semelhante a do Estado do Rio Grande do Norte. Com decretos da Presidência da República, foram criadas a Estação Ecológica da Terra do Meio, com 3.373.111 hectares, e o Parque Nacional da Serra do Pardo, no Pará, com 445.392 hectares, a Reserva Extrativista do Riozinho da Liberdade, no Acre e no Amazonas, com 325.602 hectares, e as florestas nacionais de Balata-Tufari, no Amazonas, com 802.023 hectares, e de Anauá, em Roraima, com 259.550 hectares.

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